sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Gênesis 2:20 - O homem pôs nomes a todos os animais, a todas as aves dos céus e a todos os animais dos campos; mas não se achava para ele uma ajuda que lhe fosse adequada.

Adão deu nome a todos nome aos animais que foram levados até ele. Ao fazer isso percebeu que ele não tinha uma companheira, como os animais tinham e mais, que dentre os animais, nenhum era uma ajuda adequada para ele. Os animais não falavam, não raciocinavam, não eram como ele.

Quando o homem se deu conta disso, possivelmente Deus disse a ele que faria uma companheira como complemento dele e a tarefa de dar nome aos animais foi interrompida para que Deus formasse a mulher.

Um outro ponto a destacar é que podem ter passado vários anos até que Adão percebesse que não encontraria entre os animais alguém que fosse semelhante a ele e que ele precisava de uma esposa.

Gênesis 2:19 - Iahweh Deus modelou então, do solo, todas as feras selvagens e todas as aves do céu e as conduziu ao homem para ver como ele as chamaria: cada qual devia levar o nome que o homem lhe desse.

Aqui temos diversos pontos a analisar:

1) Quem deveria complementar o homem? Este verso torna claro porque Deus levou os animais até o homem. Por incrível que pareça alguns dizem que Deus fez isso para que o homem escolhesse dentre eles uma companheira para si e, quando o homem não se agradou de nenhum, Deus decidiu criar a mulher.

Evidentemente isso não foi assim, pois como vimos, Deus expressara sua intenção de criar uma esposa para o homem ANTES de levar os animais ao homem e DEPOIS de já ter criado os animais. (Veja postagem a Gênesis 2:18 e as explicações no número 2 abaixo, para detalhes)


Deus levou os animais ao homem a fim de que Adão desse nomes a eles. Evidentemente, Deus não apresentou apenas o leão a Adão, ele apresentou o leão e a leoa, o tigre e a tigresa e assim por diante.

A intenção de Deus não era que Adão escolhesse uma companheira dentre os animais mas, antes, que percebesse que tais animais tinham uma companheira e ele não. Era Adão que tinha que perceber que os animais não poderiam ser um complemento dele e não Deus. 






2) Quando os animais foram criados? A palavra ENTÃO na tradução que utilizamos inicialmente neste verso dá a impressão que  Deus poderia ter criado os animais depois que já tinha criado o homem, mas este não é o caso. Uma consulta a outras traduções da Bíblia torna claro que aqui não se especifica o instante em que os animais foram criados, apenas se menciona que Deus os criou. O capítulo 1 de Gênesis é que dá detalhes da ordem da criação. Observe outras traduções, como por exemplo:

Havendo, pois, o Senhor Deus FORMADO da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.

Gênesis 2:19




Da terra FORMOU Deus Jeová todos os animais do campo e todas as aves do céu, e os trouxe ao homem para ver que nome lhes daria: o nome, que o homem deu a todo o ser vivente, esse foi o seu nome.

Gênesis 2:19




Tendo, pois, o Senhor Deus FORMADO da terra todos os animais dos campos, e todas as aves dos céus, levou-os ao homem, para ver como ele os havia de chamar; e todo o nome que o homem pôs aos animais vivos, esse é o seu verdadeiro nome.

Gênesis 2:19




A palavra ENTÃO na tradução para o português que usamos no verso do título da postagem causa ambiguidade porque dá a entender que os animais ainda estavam sendo criados naquele mesmo instante. No entanto, uma comparação de traduções mostra que o original não necessariamente transmitia essa ideia, mas sim a ideia de que Deus já havia feito os animais numa ocasião anterior.

Note como a versão em inglês usada pela Bíblia do Cético, confirma isso:

And the LORD God said, It is not good that the man should be alone; I will make him an help meet for him. And out of the ground the LORD God FORMED every beast of the field, and every fowl of the air; and brought them unto Adam to see what he would call them: and whatsoever Adam called every living creature, that was the name thereof. 

Gênesis 2:18

Uma olhada no Google tradutor mostra que FORMED se refere a uma ação ocorrida no passado e não a algo que ainda está ocorrendo:

https://translate.google.com.br/?hl=pt-BR#view=home&op=translate&sl=en&tl=pt&text=formed

Portanto, Deus criou primeiro os animais. Depois criou o homem, o estabeleceu no Éden e daí levou vários animais até o homem para que o homem desse nomes a eles.


3) Outro ponto a destacar é que Deus levou, neste momento, animais selvagens e aves para que o homem desse nome a eles. Deus não levou ao homem todos os seres vivos que havia criado, nem os peixes do mar, nem outras criaturas marinhas, nem insetos, nem seres unicelulares e outros. O objetivo de Deus não era que o homem desse nome a todas as criaturas viventes nesse momento, mas que o homem percebesse que ele não tinha uma companheira como complemento dele.

Assim que o homem percebeu que os animais levados até ele tinham uma companheira e ele não, Deus disse a ele a intenção de criar uma companheira para o homem.

O homem se encarregaria de dar nome às outras criações de Deus, depois, durante o decorrer do sétimo dia. De fato, o homem ainda não conseguiu catalogar todos os seres vivos existentes em nosso planeta. Essa ordem dada ao homem por Deus continua sendo cumprida até hoje. Toda vez que é encontrada uma espécie desconhecida os homens dão um nome detalhado a ela. 

Gênesis 2:18 - Então o Senhor Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda".

Aqui Deus expressou sua intenção de produzir uma mulher como complemento para o homem.

Note que aqui Deus disse "farei para ele". Nesse momento os animais já tinham sido criados, como Gênesis 2:19 torna claro, mas uma esposa para o homem ainda não. Para maiores detalhes veja a página sobre a ordem cronológica de Gênesis.


Deus estava anunciando o que faria e não pensando em procurar uma companheira para o homem entre os animais.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Gênesis 2:16,17 - A árvore do conhecimento do bem e do mal.

E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.


Alguns afirmam que aqui há uma contradição, já que Deus em Gênesis 1:29 dissera que o homem poderia comer de todas as árvores do jardim.


Tais pessoas desconsideram, no entanto, que esses dois versos mencionam o que ocorreu depois que o homem e sua esposa já se encontravam no Éden por algum tempo. Deus designara um querubim para tomar conta do Éden. (Ezequiel 28:13-15) Esse querubim questionou, a legitimidade do governo de Deus sobre suas criaturas inteligentes. 


Esse querubim alegou que Adão e Eva, bem como toda a humanidade que deles nasceria, poderiam escolher por si mesmos o que era bom e o que é mal para eles sem levar em consideração o que Deus diz sobre o assunto e se sair bem. A árvore do conhecimento do bem e do mal foi usada para determinar como Adão e Eva encarariam essa questão.

 

A árvore ter sido nomeada como "árvore do conhecimento do bem e do mal" junto com o fato de Deus ter dito ao casal humano que eles morreriam se comessem da árvore indicava que Deus afirmou que a árvore era má para o casal humano. Eles deveriam, portanto, evitar comer de seu fruto. Se eles tivessem acatado essa orientação teriam, na verdade, concordado que o que Deus diz ser mal para o homem é mal e o que Ele diz ser bom para o homem é bom.


A forma como fomos criados nos leva a depender de nosso Criador para viver. Assim, Deus advertiu Adão que se escolhesse comer do fruto da árvore, ou seja, não seguisse as palavras de Deus sobre a árvore, discordando do que seu Criador havia dito, ele morreria. Isso significava que ir contra a orientação de seu Criador faria seu corpo se deteriorar e por fim morrer. (Mateus 4:4)


Isso mostra que a morte não era um castigo era uma consequência da desobediência (Romanos 6:23) Deus não disse que no dia que Adão comesse da fruta ele o mataria. Antes disse, que nesse dia Adão morreria. 


É verdade que a Bíblia mostra que Adão viveu 930 anos, mas no mesmo dia que comeu da fruta ele começou a se deteriorar e isso o levou à morte. Na verdade, ele morreu naquele mesmo dia, porque não tinha como escapar da morte que viria.


Se o homem concordasse com o que Deus tinha dito seu corpo continuaria a funcionar corretamente e, por fim, no devido tempo, quando ficasse claro a todos que Adão e sua esposa concordavam que o que Deus dizia ser mal era mal, ele e sua esposa comeriam do fruto da árvore da vida.


Não por que o fruto fosse mágico e daria a vida eterna ao homem, mas para indicar que Ele viveria para sempre como consequência de ter obedecido a seu Criador. Comer da árvore da vida seria apenas uma representação visível deste fato, assim como não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal era uma representação visível de que o homem e sua esposa aceitavam as orientações de Deus.


Alguns aqui afirmam que Deus estava negando ao homem o conhecimento do que é bom e do que é mal quando o proibiu de comer da árvore do conhecimento. Não era esse, no entanto, o caso. Se a árvore de fato desse ao homem o conhecimento do bem e do mal e Deus não quisesse que o homem adquirisse tal conhecimento, Deus simplesmente não teria colocado a árvore no jardim, da mesma forma que se eu não quiser que meu filho pegue alguma coisa eu vou coloca-la fora do alcance dele.

Ao contrário, a árvore representava o direito de Deus de determinar para o homem o que é bom e o que é mal e o homem, por tomar de seu fruto afirmou que Deus não tinha esse direito e que o homem se sairia melhor em escolher por si mesmo o que é bom e o que é mal independentemente do governo de Deus.

Gênesis 2:15 - E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.


Esses verso no leva para algum tempo depois do que é relatado em Gênesis 1:29-31. 


Sabemos disso porque em Gênesis 1:29,  Deus deu ao homem e a sua esposa TODAS as árvores como alimento sem dizer nada quanto à proibição de uma árvore específica. Mas, depois de algum tempo que o homem e sua esposa tinham sido colocados no Éden, foi acrescentada a restrição referente à árvore do conhecimento do bem e do mal. (Que será apresentada logo a seguir em Gênesis 2:16,17). 


Não se sabe quantos anos se passaram entre a época em que Adão foi colocado no Éden e a criação de Eva, nem quanto tempo depois da criação dela, Deus deu a ordem sobre a árvore proibida aos dois. Quando se diz que Deus colocou o homem e o estabeleceu no Éden se resume o que ocorreu desde que Adão foi colocado lá, até a criação de Eva e a benção de Deus sobre o sexto dia

Gênesis 2:10-14 - O rio do Éden

"E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.O nome do primeiro é Pisom; este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro. E o ouro dessa terra é bom; ali há o bdélio, e a pedra sardônica.E o nome do segundo rio é Giom; este é o que rodeia toda a terra de Cuxe.E o nome do terceiro rio é Tigre; este é o que vai para o lado oriental da Assíria; e o quarto rio é o Eufrates."



Esses versos identificam o rio que regava o Éden. Ele se dividia em quatro rios chamados na Bíblia de Pisom, Giom, Tigre e Eufrates. Os rios Tigre (Hidequel) e Eufrates são conhecidos até hoje, a localização dos outros dois se perdeu.


Embora isso ajude a ter uma ideia de onde pode ter sido o jardim do Éden não devemos nos esquecer que o dilúvio alterou o superfície da Terra e mudou o curso de tais rios. Isso é claramente indicado nos versos, quando diz que os quatro tinham uma mesma nascente que depois se dividia, como em um rio que deságua em um delta. Não é possível ver essa junção dos dois rios hoje, embora pelo curso atual deles podemos deduzir que ela ocorria em algum lugar da Armênia.



A menção da terra de Havilá e de Cuxe mostra que o relato foi escrito depois que tais povos já tinham se estabelecido nestas regiões. 


Gênesis 2:9 - E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.

Neste verso está o motivo de ter se recontado a história da criação. Note que o verso fala que Deus  fizera brotar do solo toda árvore boa para alimento e daí destaca árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Isso sugere que estas árvores já estavam no Éden desde quando brotaram e eram boas para alimento. Elas não se distinguiam das outras, não havia nada de mágico com elas ou algum poder oculto nelas, algum veneno ou algo assim. Eram árvores comuns. Tanto que no final do sexto dia, Deus disse ao casal humano que poderiam comer de TODAS as árvores. Não se excluiu nenhuma. (Veja postagem a Gênesis 1:29)

Mas uma mudança da situação relatada ao final do sexto dia, fez com que em algum momento durante o sétimo dia, estas árvores ganhassem destaque. As postagens dos versos seguintes esclarecerão qual foi essa mudança.


Alguns afirmam que estas árvores tinham poderes mágicos, uma dando ao homem o conhecimento do bem e do mal e a outra dando a vida eterna. Mas o que estava envolvido não era qualquer propriedade especial das árvores ou de seus frutos mas sim a palavra de Deus relacionada a cada árvore. Detalhes serão dados nas postagens dos versos relacionados.


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Gênesis 2:8 - E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado.

Alguns mencionam que, nesse verso, Deus estava criando plantas e que, portanto, há uma contradição ao se dizer em Gênesis 1 que o homem foi criado depois das plantas e aqui se falar da formação do jardim do Éden depois da criação do homem.

No entanto, uma leitura atenta do trecho mostra que não é isso o que se afirma aqui. Note, por exemplo, que ao iniciar esse relato da criação somos direcionados ao terceiro dia criativo. Isso porque foi nessa época que Deus criou as plantas. Ao mencionar que Deus PLANTOU um jardim no Éden  o verso não diz QUANDO ele fez isso. O verso apenas diz que, após Deus criar o homem, ele o colocou nesse jardim que havia plantado. 

Se observarmos a postagem a Gênesis 1:11 veremos que Deus plantou as sementes para que a Terra produzisse as plantas segundo suas espécies. O relato começa no "terceiro dia" para mostrar que Deus plantou as sementes das árvores do Éden durante esse terceiro dia. Daí, elas se desenvolveram e formaram o jardim que estava pronto quando por volta do fim do "sexto dia" Adão foi criado.

Portanto, a conclusão lógica é que Deus plantou o jardim do Éden ANTES de criar Adão, em algum momento durante o terceiro dia da criação. E, depois, com o jardim já pronto, colocou o homem que formara nele.

As evidências da Bíblia mostram ainda que Deus designou um querubim para tomar conta desse jardim.(Ezequiel 28:13,14)


Gênesis 2:7 - E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.

Observe que aqui o relato deixa o terceiro dia criativo e vai para o final do sexto dia criativo. O objetivo é explicar alguns detalhes sobre a criação do homem, que já havia sido relatada antes.


1) Criado do pó do solo. Menciona-se que Deus criou o homem do "pó da terra". Algumas traduções colocam aqui a palavra "barro". No entanto, quando a Bíblia diz que Deus criou o homem do pó do solo não quer indicar que Deus pegou pó e fez um corpo para o homem. Antes quer indicar que somos feitos dos mesmos elementos que o solo da Terra.


Uma rápida pesquisa mostrará ao leitor que 47% do solo terrestre é composto por oxigênio e que 65% do corpo humano é formado por oxigênio. Apenas este dado já demonstra o que significa o homem ter sido feito do pó do solo.


Verifique em
http://mineralogiaequimicadosolo.blogspot.com/2014/04/composicao-da-fase-solida-mineral-do.html
http://www.astropt.org/2013/11/04/composicao-do-corpo-humano/
https://www.vix.com/pt/bbr/47/12-elementos-quimicos-do-corpo-humano


Uma pesquisa mais detalhada mostra que diversos outros elementos, tais como o cálcio também estão presentes tanto no pó do solo, como  em nosso corpo. É por isso que quando morremos, voltamos ao pó do solo. O corpo se decompõe em seus elementos originais e volta ao pó do solo por meio da ação de animais decompositores.


2) Fôlego da vida. O verso menciona que Deus soprou nas narinas do homem o fôlego de vida. Isso significa que Deus transmitiu a força da vida ao homem. Essa força é sustentada pela respiração. Não é pessoal, todos, inclusive os animais receberam essa mesma força de vida.

3) Feito alma vivente. Observe que o verso mostra que o homem FOI FEITO alma vivente. Não diz que Deus colocou uma alma dentro do corpo do homem. A palavra hebraica aqui para "alma" é nephésh. Essa mesma palavra é usada em Gênesis 1:20 para se referir aos animais. Isso mostra que tantos os humanos como os animais são almas.
Então, não temos uma alma, antes SOMOS uma alma, da mesma forma que um homem que se forma como arquiteto SE TORNA ou  É um arquiteto e não TEM um arquiteto dentro dele.

4) Época da Criação. Por conta de se mencionar a criação do homem aqui e depois se falar dos animais, alguns concluem que o verso está afirmando que o homem foi criado antes dos animais. No entanto, o objetivo do relato não é apresentar os fatos em ordem cronológica, mas dar detalhes do que aconteceu em relação ao pecado original.


segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Gênesis 2:6 - mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo.

Essa neblina nada mais era do que a intensa evaporação da água que estava ocorrendo naqueles dias e que resultou da criação da atmosfera no segundo dia e do processo de evaporação da água.

Gênesis 2:5 - Não havia ainda nenhuma planta na terra, e nenhuma erva no campo tinha ainda brotado; porque Deus Jeová não tinha feito chover sobre a terra. Não havia homem que cultivasse o solo,

Note que esse relato dirige nossa atenção para o  "terceiro dia da criação" sobre o qual tratamos nas postagens de Gênesis 1:11-13


Alguns afirmam que se falar da criação das plantas aqui é uma contradição, indicando que o homem foi criado antes das plantas. No entanto, o verso é claro em dizer que na época citada nele não tinham sido produzidas as plantas e a vegetação da Terra e nem o homem  tinha sido criado. Ou seja, o relato dirige nossa atenção para o terceiro dia, depois do solo ter surgido, mas antes da criação das plantas. Estamos sendo direcionados pelo relato para um ponto da história contada no capítulo 1 e não recontando a história da criação.


Nossa atenção é dirigida para esse dia para que consigamos entender sobre a árvore do conhecimento do bem e do mal e sobre a árvore da vida. Ser mencionado o terceiro dia indica que elas eram árvores comuns. Cresceram a partir de espécies de árvores que foram criadas neste dia.


Menciona-se essa época como uma em que ainda não havia chovido sobre a Terra. Se retomarmos as postagens sobre o segundo dia da criação (Gênesis 1:6-8) vemos que foi neste dia que a evaporação das águas "debaixo da atmosfera" começou a ocorrer.  Por isso que por volta dessa época ainda não tinha ocorrido chuvas. A terra tinha acabado de emergir com a redução da água na superfície e a formação de nuvens pela evaporação. (Gênesis 1:9)

Gênesis 2:4 - Esta é a história das origens dos céus e da terra, no tempo em que foram criados: Quando o Senhor Deus fez a terra e os céus,.

Aqui se traduz a palavra hebraica yohm por tempo. Essa palavra significa, literalmente "dia". Mas, assim como hoje, a palavra dia tem vários significados, na época em que Gênesis foi escrito também tinha. Dia pode significar um período de 24 horas ou o período em que existe luz ou o período em que algo importante aconteceu. No caso desse versículo essa palavra se aplica ao tempo em que Deus formou os céus e a Terra e engloba bilhões de anos. Não significa que a Bíblia afirme aqui que Deus criou tudo em 24 horas, assim como  ela não diz que Deus criou tudo em 6 dias de 24 horas (detalhes nas postagens sobre Gênesis 1).

Alguns acreditam que aqui se conta uma segunda história da criação. A partir dessa ideia tiram diversas conclusões equivocadas, tais como que Adão teve outra esposa, ou que foram criados outros humanos antes de Adão e Eva. Detalhes sobre tais conclusões serão apresentados nos versos específicos.

No entanto, não se trata de outra história, mas da mesma. Aqui se inicia um outro relato sobre a mesma história com o objetivo de contar algo que ocorreu depois que o sétimo dia da criação já tinha começado.  O relato está aqui para que entendamos o que representou a guarda do sábado semanal e para entendermos o que significa violar o "descanso" de Deus.

Esse relato não tem por objetivo contar a ordem geral dos acontecimentos, mas sim relatar como se deu a rebelião do homem contra Deus. Para compreender o relato e perceber que ele não contradiz o relato de Gênesis 1, precisamos ter isso em mente. Os detalhes serão analisados nos versos específicos.

Gênesis 2:3 - Abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele cessou de toda a obra que fizera como Criador.


Alguns afirmam que o fato de Deus declarar o sétimo dia sagrado torna obrigatório a guarda de um sábado semanal até nossos dias. No entanto, aqui Deus se referia especificamente ao sétimo dia da criação e não a um sábado literal. Sobre a guarda do sábado semanal debaixo da lei mosaica e como ele simbolizou o que aconteceu e ainda acontece durante o sétimo dia da criação no qual vivemos será comentados nos versos relacionados ao tema.

Alguns acham que isso é uma contradição por acreditarem que esse verso afirma que Deus não trabalha no sábado semanal, mas conforme vimos na postagem a Gênesis 2:2 o texto se refere a cessar o trabalho em relação à obra de Criação e não que Deus não trabalharia em mais nada.



Esse verso também encerra a história da criação. O relato que se segue é uma retomada dessa história depois que o pecado foi introduzido nos domínios celestiais.

Gênesis 2:2 - No sétimo dia acabou Deus a obra que tinha feito; e cessou no sétimo dia de toda a obra que fizera.

Note que esta tradução específica deste verso mostra o que realmente significa o chamado "descanso" de Deus. Não quer dizer que Deus estava cansado da Criação e precisou repousar, mas sim que Ele terminou sua obra em relação ao planeta Terra e que cessou de trabalhar nisso. 



Isso concorda com o que Jesus disse sobre seu Pai estar trabalhando e ele também trabalhar num sábado semanal, conforme mostra João 5:17. 


Adicionalmente, note que o verso diz que Deus cessou sua obra no sétimo dia da criação, mas não diz que esse dia terminou. Textos como Hebreus 3:12-19 mostram que o dia de descanso de Deus ainda continuava no primeiro século e o fato de não se dizer em parte alguma "E Deus viu tudo o que tinha feito e viu que era muito bom. E foi tarde e foi manhã sétimo dia." indica que esse dia ainda não acabou. 



Gênesis 2:1 - Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados.

Aqui se menciona que o trabalho de Deus em relação à criação dos céus (Universo) e a terra (nosso planeta) terminaram.


Isso de maneira alguma significa que então não seria possível se formarem outras estrelas ou galáxias no Universo, como alguns sugerem, mas sim que todos os processos necessários para o funcionamento do Universo no que tange ao planeta Terra, haviam sido concluídos.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Gênesis 1:31 - Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e houve manhã, dia sexto.

Note que nesse momento se encerra o sexto dia criativo e que Deus, após terminar sua obra, olhou e viu que tudo era muito bom. 

Se tudo era muito bom é razoável concluir que neste momento o querubim que tomava conta o Éden ainda não tinha se rebelado contra Deus e não existia árvore do conhecimento do bem e do mal e árvore da vida identificadas no jardim do Éden. Foi apenas com a rebelião de Satanás que a questão de se o homem seria fiel a Deus ou não surgiu. Isso será tratado nos versos relacionados.


Isso concorda com o fato de Deus ter dito que Adão e Eva podiam se alimentar de TODA árvore em Gênesis 1:29.


Adicionalmente, isso mostra que não havia predatismo entre os animais. Conforme mencionado em Gênesis 1:30, os animais eram vegetarianos. As criaturas vivas viviam em sistema de simbiose. Os sistemas nos quais um ser vivo explora outro surgiram após o pecado, conforme será detalhado em Gênesis 3.

Gênesis 1:30 - A todos os animais selvagens e a todas as aves do céu e a tudo que se arrasta sobre a terra, em que há vida, tenho dado todas as ervas verdes para lhes servirem de mantimento; e assim se fez.

Esse verso esclarece que os animais terrestres e as aves do céu eram vegetarianos. Não se alimentavam de carne. 


Note que o texto não detalha aqui a alimentação de insetos, nem dos animais que vivem nas águas, mas apenas dos animais selvagens, das aves ou criaturas voadoras dos céus e dos animais que rastejam sobre a terra.


Gênesis 1:29 - Disse Deus mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, e todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento.

Esse verso tem vários detalhes interessantes. Vamos a eles:


1) Deus nos deu os frutos das árvores e a vegetação da terra como alimento. Isso significa que nosso organismo não foi criado para se alimentar de carne. Mais tarde, por conta do dilúvio, Deus permitiu que o homem passasse a comer carne. O interessante é a queda do tempo  de duração da vida humana após esse fato. Maiores detalhes sobre o consumo de carne serão fornecidos nos versos correspondentes.


2) Alguns alegam que não podemos comer de toda a vegetação que dá semente e que, portanto, é um absurdo a afirmação desse verso. No entanto, precisamos considerar que:

                 a) depois do pecado a Terra passou a produzir espinhos e abrolhos, ou seja, parte da vegetação que hoje não podemos utilizar como alimento cresceu apenas depois do pecado.
                 b) existe a possibilidade de uma vegetação que hoje não possamos consumir, não nos fizesse mal antes do pecado e que, se hoje não podemos utiliza-la como alimento é porque não temos mais um organismo perfeito.

3) Alguns dizem que, uma vez que muitas plantas desenvolveram venenos para se proteger de animais que as devorariam esse verso é um absurdo e é uma recomendação imprudente da parte de Deus. Estes desconsideram que uma planta  que foi devorada por um animal não tem tempo para desenvolver um veneno que evite que ela seja devorada. Se a planta devorada nunca teve tempo de passar essa informação para seus descendentes como foi que o veneno pode se desenvolver? Se as plantas que sobreviveram foram as que já tinham desenvolvido o veneno, como e porque elas desenvolveram um  veneno se nunca tinham sido devoradas antes? E porque a maioria das plantas não tem veneno algum desenvolvido, se tiveram o mesmo tempo que as outras para supostamente desenvolver um veneno que as impedisse de serem devoradas? E porque as plantas que são devoradas e nunca desenvolveram veneno algum não se extinguiram?


A verdade é que plantas venenosas brotaram não porque desenvolveram veneno, mas por conta do que é dito em Gênesis 3:18. 


4) Alguns ainda alegam que este verso justifica o uso de drogas, como a maconha. Evidentemente aqui está se falando sobre alimento e não sobre o costume de tragar fumaça. Somente esse pequeno raciocínio já mostraria o absurdo de tal alegação.


Na questão de se alimentar, de fato, das plantas utilizadas na preparação destas drogas, basta lembrarmos que qualquer uma delas pode estar incluída entre os "espinhos e abrolhos" que brotaram depois do pecado. Na realidade, hoje não sabemos realmente quais plantas estão incluídas entre estas ou não. Temos que descobrir por nós mesmos de que plantas podemos nos alimentar ou não. O que Deus disse neste verso valia para a situação que existia antes do pecado, como o próximo item esclarece.


5) Quando Deus terminou sua criação, nenhuma árvore tinha sido apontada como "árvore do conhecimento do bem e do mal" e nenhuma árvore tinha sido apontada como "árvore da vida". Isso significa que elas foram escolhidas depois, por conta de um acontecimento posterior à criação do homem e da mulher.


Entender isso é importante para se perceber que não existem duas histórias da criação, mas apenas uma, contada em duas situações diferentes. O primeiro relato tem por objetivo explicar a ordem geral da criação. O segundo tem por objetivo contar como o pecado entrou na Terra e dar algumas instruções por conta de situações que surgiriam por causa do pecado. Detalhes poderão ser encontrados nos comentários a Gênesis 2. 

Gênesis 1:28 - E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.

Temos vários pontos a destacar:


1) Esse verso torna claro que o relacionamento sexual entre homem e mulher não foi o pecado original. A relação sexual entre um homem e uma mulher  que estão legalmente casados não é pecado.


2) Embora se mencione o nascimento de filhos como consequência natural do casamento, esse não é o único objetivo do casamento. Gênesis 2:20, 23,24 esclarece que a mulher foi produzida como companheira para o homem e não apenas como a mãe de seus filhos.


Foi mencionado especificamente a procriação neste caso porque era diferente do que havia sido feito em relação aos anjos, que são criados um por um. Tem, portanto, caráter informativo e não visa proibir o controle de natalidade, por exemplo. Cada casal deve decidir por si mesmo quanto ao controle de natalidade, somente levando em conta o que a Bíblia diz sobre a santidade da vida.



3) Alguns utilizam este verso para justificar o tratamento cruel dado aos animais. Tais pessoas afirmam que Deus deu a terra ao homem e que o homem pode fazer o que quiser com ela e tudo o que existe nela. De fato é verdade que a terra foi dada ao homem e está sob o domínio da raça humana até hoje.


Devemos nos lembrar, no entanto, que antes do pecado o homem não trataria os animais com crueldade e nem destruiria o planeta. Após o pecado esse domínio continuou a existir como uma proteção para o humanos. Para que os animais tivessem medo de nós e, via de regra, não nos atacassem.


No entanto, isso não justifica a crueldade humana contra os animais e nem a exploração desenfreada do planeta que a ganância humana tem produzido. Apocalipse 11:18 garante que Deus vai arruinar os que estão arruinando a Terra e que não estão cumprindo seu papel de tomar conta dela.